Em meu cais
não atracam iates.
Sou encosta
onde quebram ondas.
Recife de coral
que canta a vida
em si bem mal.
Cedo me avisaram
que não sou mar
que se navegue.
Cemitério de navios.
Almas nobres
naufragam em mim
sem direito a s.o.s..
Quebrei o pau,
desfiz canoas.
A luz que pisco
à noite
não é um farol.
Do tablado que aportas
defendo com arpão
meus golfinhos.
Só para eles sou abrigo
porque viram além
do meu perigo.
texto e imagem: roberta silva
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