depois da destruição da chuva
começo a reconhecer minha casa
perdi todas vidraças
e tudo mais que não estava fincado no chão
paredes ainda disformes
não apresentam a mesma cor
são tão ternas
quase todo o barro retirei do chão
está mais fácil caminhar
não é toda noite que resisto às paixões
quando não me assaltam desaparecem de mim
como a dor depois do filho nascido
meus amores tem mais raízes que antes
acato e venero seus papéis
percebo-os
protejo-os
respeito suas distâncias
Um comentário:
Lembrei-me de imediato das recentes tragédias das chuvas, até afundar em seus versos... e ser resgatada aqui:
"não é toda noite que resisto às paixões
quando não me assaltam desaparecem de mim
como a dor depois do filho nascido"
Gostei do seu blog, Ragi, dos teus poemas.
Beijos
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