
De ante-véspera
faço-te este poema amorfo.
Não virás amanhã,
clar'_evidente.
Faço-o antes do tempo
porque na hora do susto
preferimos o lábio ao grelo.
E depois do gozo
como sabê-lo?
faço-te este poema amorfo.
Não virás amanhã,
clar'_evidente.
Faço-o antes do tempo
porque na hora do susto
preferimos o lábio ao grelo.
E depois do gozo
como sabê-lo?
Antes mesmo de ti
dei-te curvas
e, talvez,
mais cabelo,
que por certo não haverão.
As cores, cicatrizes imaginadas,
essas sim, serão.
que por certo não haverão.
As cores, cicatrizes imaginadas,
essas sim, serão.
Não por ti, por mim,
que sem saber como,
sempre sei destas.
Talvez por bruxaria
ou pela falta de pejo com que vasculho segredos.
Chegarás e, depois de quebrar-te
mais da metade ao romper-me a atmosfera,
haverá um atropelo.
Queimaremos bons versos
e nossos melhores verbos
em comentários absolutamente
desnecessários e cubículos.
(Ah! Como gostaria de colocar ridículos nesse espaço mínimo que serão nossos comentários! Não o farei, perdoam-me
os tímidos. Queimaduras são inevitáveis, sim, não ridículas . Por isso, mais que dinheiro, melhor termos pérolas de sobra. Não pense que
foi, palavra, tijolo-trocado o cubículos depois do desnecessários. Saberás somente depois de muitos meteoros. Oxalá os tenham muitos, e eles, os comentários, ficarão cada vez mais desnecessários e cubículos. Preferirás os olhares.)
Paralisada e afôlega,
vendo-te a queimar meus ares
e tu cada vez mais vermelho,
estarei momentanemente feliz.
É provável que caias em minhas águas,
três quartos ou mais de probabilidade.
Tenho somente um quarto seco,
quem sabe menos.
Sou tanta fumaça
que já estou a derreter pólos
e a molhar o resto.
Se me caíres n'água serás breve,
e, de ti, lembranças,
a chegarem às margens como ondas,
cada vez menores.
Mas se me tocares no seco,
entretanto,
será grande o estrago.
texto e imagem: roberta silva
Um comentário:
demais sua poesia, amei seu blog!
parabéns
Postar um comentário